É bastante comum pessoas, no leito de morte,
desejarem aliviar a consciência. Fazem confissões apressadas de erros
passados, pedindo e esperando perdão.
Acreditam que, por estarem partindo,
tudo será perdoado e esquecido.
Não é verdade.
Em algumas circunstâncias,
revelações das faltas cometidas deixam, nos corações dos que ficam na Terra,
muita mágoa e azedume.
Mágoa e azedume que, como vibrações negativas,
chegarão ao Espírito liberto, perturbando-o, na vida espiritual.
Outros,
antevendo a proximidade da morte, apresentam suas últimas vontades.
Dessa
forma, os que os assistem nessa hora final, ficam constrangidos a
executá-las, gerando-lhes, por vezes, muitos incômodos.
Moribundos há que
desejam falar, mas não dispõem de voz, debatendo-se em aflição.
Por tudo
isso, pensa e age de forma diversa.
Se sabes que um dia a morte te arrebatará
o corpo, providencia já o que acredites necessário.
Não faças, nem
alimentes inimigos. Perdoa sempre.
Desfaz, quanto antes, o mal entendido,
para que, depois da morte, não venhas a te perturbar, por causa de remorsos,
que serão tardios.
Se desejas presentear alguém com o que te pertença, ou
almejes adquirir, providencia de imediato.
Não aguardes o tempo futuro.
Ele poderá não te chegar.
Faz testamento, regulariza a doação. Executa tua
vontade, agora.
Se pensas em reparar erros do ontem, toma logo a
atitude.
Não relegues a outrem o acerto dos teus desatinos. E, para que
não te arrependas, depois da partida, não economizes palavras e gestos aos
teus amores. Acarinha, abraça, beija.
Após o desenlace, poderás desejar o
retorno para dar recados e falar do amor que nunca expressastes na
Terra.
Poderá ocorrer que a Divindade não te permita. Ou que não tenhas as
condições para a manifestação.
Ou não encontres a quem falar e dizer.
Por
ora, podes falar e agir. Faze-o.
Depois da morte, precisarás contar com quem
te interprete o pensamento, quem te deseje ouvir, te sintonize.
E lembra
que se não semeares afeições e simpatias, enquanto no trânsito carnal, não
terás frutos a recolher na Espiritualidade.
Nem quem te recorde no
mundo.
Se almejas fazer o bem, servindo à comunidade, prestando
serviço voluntário, engaja-te hoje ainda.
Não aguardes
aposentadoria.
Dá hoje a hora que te sobra ou conquistas, entre os
tantos compromissos agendados, porque poderá acontecer que não venhas
a gozar os dias que esperas.
Ou que, por circunstâncias que independam da
tua vontade, necessites alongar a jornada profissional por mais alguns
anos.
Vive intensamente. Matricula-te no curso de idiomas, na aula
de música, pintura, bordado.
Esmera-te no aprendizado para que, ao partir,
leves contigo uma grande bagagem.
De braço dado com quem amas, realiza a
viagem sonhada. E fotografa tudo com o coração, para não esquecer nenhum
detalhe.
A máquina fotográfica poderá falhar, por defeito técnico
ou inabilidade de quem a manuseia.
Mas o teu coração não esquecerá jamais
o que viveu amorosamente.
Feito tudo isso, se a morte chegar, de rompante ou
te abraçar de mansinho, poderás seguir sem traumas, sem medos, em paz.
E
em paz deixarás os teus familiares, os teus amigos, os teus colegas e
conhecidos.
Pensa nisso.
/Redação do Momento Espírita, com base no
cap. /Antes da desencarnação/,/
/ pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal./
/Em 31.10.2011./
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