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sábado, 16 de abril de 2011

Adolescentes com comportamentos anti-sociais tem cérebros diferentes


Um estudo recente, publicado no American Journal of Psychiatry, mostrou que adolescentes com comportamentos agressivos e anti-sociais,  associados ao diagnóstico de Perturbação de Condutatêm alterações cerebrais que podem ajudar a clarificar o que se passa com eles.
Perturbação de Conduta é uma doença psiquiátrica caracterizada por níveis acima da normalidade de comportamentos agressivos e anti-sociais (ex: roubar, bater, intimidar, magoar os outros, incumprimento sistemático de regras). É mais comum em rapazes, podendo iniciar-se na infância ou na adolescência, sendo estimado que ocorra em 5 em cada 100 adolescentes. Pessoas com esta perturbação têm maior risco de desenvolver problemas de saúde fisíca e mental, assim como problemas com a justiça.
Estes investigadores estudaram cérebros de adolescentes através de Ressonância Magnética, tendo verificado que a amigdala e a insula (regiões cerebrais ligadas à compreensão das emoções e do sofrimento dos outros) são significativamente menores em adolescentes com perturbação de conduta.
Esta diferença na capacidade cerebral pode ser “causa” ou “consequência” sendo necessário aprofundar mais o assunto. No entanto fica claro que adolescentes com este tipo de Perturbação necessitam de apoio especial, sobretudo no que toca a serem ajudados “a ver o lado do outro”.
Para saber mais:

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O que é aquilo?

Amigos, 

Recebi um vídeo e repasso a vocês.
É maravilhoso para refletirmos, quando temos respeito e paciência pelo outro.
Acessem no link http://www.youtube.com/watch?v=OVFCw2WzLd4&feature=related.


Abraço enorme, 
Cristiane Moura
Psicopedagoga

RESULTADO DA PALESTRA

Olá amigos, 
Quero agradecer a presença de todos na palestra "Limites - com Amor e Autoridade", ocorrida no dia 9/abril.
Foi um sucesso. Participação intensa das mães (a maioria), com muitas dúvidas. Isso e o que nos motiva a estudarmos mais, e trocar experiências. 
Vou colocar algumas fotos.
Estamos montando o cronograma das próximas, e assim que tivermos os datas e os temas, informarei a todos. 

Abraços, 

Cristiane Moura
Psicopedagoga







terça-feira, 5 de abril de 2011

Palestra "Limite - com Amor e Autoridade"

Nos questionamos, 
Meu filho não obedece!
Será que vou conseguir dar limite?
Você quer entender como lidar  melhor 
com estas e outras questões?
Venha participar da Palestra:


“Limites – Com Amor e Autoridade”
Dia 9 de abril (sábado), 
às 15h.
Ingresso: 1 quilo de alimento não perecível
Palestrantes: Cristiane Moura (Psicopedagoga)
Maria Santina Pellazza Marcon (Psicóloga)


LOCAL: Grupo Escoteiro IRAPUÃ
R. Dr. Cristiano Altenfelder Silva, 210 - Vl. Carrão
Inscrições: (11) 2778-4492  ou 2851-4421
Email:cristiane.psicopedagoga@gmail.com

domingo, 3 de abril de 2011

O MEDO CAUSADO PELA INTELIGÊNCIA

José Alberto Gueiros 

Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas.
O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal: - "Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável! Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta".
Ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pôde dar ao pupilo que se iniciava n'uma carreira difícil. Isso, na Inglaterra. Imaginem aqui, no Brasil.
Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa: - "Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma Ciência".
A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas e de chefia é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições.
Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes
que não revelam o apetite do poder. Mas, é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar. Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos.
Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer na vida.
É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social. Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar.
Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas, enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.
É um paradoxo angustiante. Infelizmente temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida. Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues: - "Finge-te de idiota e terás o céu e a terra".
O problema é que os inteligentes gostam de brilhar.

O Urso e a Panela

Um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento.
A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida que o conduziu a um acampamento de caçadores.
Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um caldeirão de comida.
Quando a panela já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda a sua força e enfiou a cabeça dentro dela, começando a devorar tudo.
Enquanto abraçava a panela, percebeu algo lhe machucando.
Era o calor do caldeirão... ele estava sendo queimado nas patas, no peito e em todos os lugares em que a panela encostava.
O urso nunca havia experimentado aquela sensação e,  interpretou as queimaduras pelo seu corpo, como algo que queria lhe tirar a comida.
Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra o seu corpo.
Quanto mais a panela quente lhe queimava, mais ele a apertava contra o seu corpo e mais alto rugia.
Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso caído próximo à fogueira, segurando a panela de comida.
O urso tinha tantas queimaduras que a panela grudou no seu corpo e, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.

Na vida, algumas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser muito importantes.
Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e  por dentro,  e mesmo assim, continuamos agarrados a elas!
Temos medo de abandoná-las e esse medo nos provoca ainda mais sofrimento e desespero.
Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos destruídos por algo que, muitas vezes,  protegemos, acreditamos e defendemos.
Em alguns momentos da vida, é necessário reconhecer, que nem sempre o que valorizamos tanto é realmente importante, muitas vezes nos agarramos, com todas as forças, ao que nos causa apenas angústia e sofrimento...

Tenhamos o discernimento que o urso não teve.
Coragem!
Solte a panela!!!!

VERDADES OU MENTIRAS


(Por Márcio Alexandre da Silva, professor de filosofia em Assis – SP.)
Dois fatos sociais se interelacionam. Primeiro: alguns meios de comunicações acusando pessoas sem provas, vendendo mentiras. Segundo: pessoas falando uma das outras, na popular fofoca.
Falar algo que não tem como principio a matriz da verdade é propagar a mentira. Mentira é o oposto da verdade. Afinal, o que é a verdade?
Na filosofia a busca pela verdade é milenar, do período antigo aos nossos dias. No cristianismo também. Jesus disse a Pilatos antes da condenação: “Todo o que é da verdade ouve a minha voz. – Jo, 18,37” no versículo seguinte Pôncio Pilatos interroga o Mestre: O que é a verdade? No mesmo Evangelho, Jesus já havia dito: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Jo – 14, 6).
Nem na fé, na filosofia ou qualquer convicção pode se fundar em verdades absolutas, senão caímos num fundamentalismo. Também não podemos se fundamentar em verdades temporárias, para não cairmos num relativismo subjetivo.
Embora estejamos distante de definirmos o conceito de verdade, percebemos que as pessoas estão se distanciando cada vez mais de princípios religiosos, éticos, morais, filosóficos... causando uma sociedade cética e relativista de valores humanos.
Assim, como os meios de comunicações divulgam informações sem provas evidentes, existem pessoas (não poucas) que sentem prazer em tentar denegrir a imagem de outras pessoas, sem verificar se aquelas informações são verídicas e procedentes. Se nos méios de comunicações temos sensacionalistas, nas organizações sociais temos os fofoqueiros.
Para ambos temos alguns conselhos dados por Sócrates, filósofo grego (469-399 AC), que elaborou a brilhante tese das três peneiras.
Segundo historiadores, um rapaz procurou Sócrates e disse que precisava contar-lhe algo. Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:
-- O que você vai contar já passou pelo crivo das três peneiras?
Respondeu o jovem; Não.
-- Então, preste atenção: A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer contar é fato ou boato? Caso tenha ouvido contar, deve morrer aí mesmo. Mas, suponhamos que seja verdade. Deve então passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você quer contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a reputação do seu semelhante? Se o que você quer contar é verdade e é uma coisa boa, deverá passar pela terceira peneira: a da NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda as pessoas? Pode melhorar o Planeta? E, arremata Sócrates: Se passar pelas três peneiras, então conte! Tanto eu, você e nossos semelhantes nos beneficiaremos com a notícia. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca, uma erva daninha a menos para envenenar o ambiente e levar discórdia entre os habitantes da Terra. Devemos ser sempre terminal em relação a qualquer comentário infeliz. Conclui o Filosofo.
Será que nós seguimos esses princípios em nossas vidas ou repassamos as informações que recebemos sem coerência da precedência.
Quanto aos meios de comunicações, somos criteriosos em ler, ouvir e assistir a Imprensa, que estão muitas vezes comprometidas com a não verdade?...

Vinte dicas para uma vida interior saudável

O Instituto Francês de Ansiedade e Estresse, em Paris, oferece vinte dicas de vida que,
dizem os experientes, aquele que conseguir assimilar dez delas, com segurança, aprenderá a
viver com grande qualidade interior de vida:

1. Faça uma pausa de 10 minutos a cada 2 horas de trabalho, no máximo. Repita estas
pausas em sua vida diária e pense em você, analisando suas atitudes;

2. APRENDA a DIZER NÃO, sem sentir-se culpado. Querer agradar a todos é um desgaste enorme;

3. PLANEJE seu dia, mas deixe sempre um bom espaço para qualquer imprevisto,
consciente de que tudo não depende de você;

4. Concentre-se em apenas uma tarefa por vez (ou não queira fazer duas coisas ao mesmo
Tempo). Por mais ágil que sejam seus quadros mentais, você se cansará e sua produtividade
cairá muito;

5. Esqueça, de uma vez por todas, que você é indispensável no trabalho, casa, ou grupo
habitual de amigos. Por mais que isso lhe desagrade, tudo andará sem a sua presença ou
atuação, a não ser você mesmo;

6. DEIXE de sentir-se responsável pelo prazer dos outros. Você não é a fonte dos desejos,
nem um eterno mestre de cerimônias que tem que agradar os convivas;

7. PEÇA AJUDA sempre que seja necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas
certas;

8. SEPARE problemas reais dos imaginários e elimine-os, porque são perda de tempo e
ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes;

9. TENTE descobrir o prazer de coisas cotidianas como dormir, comer e passear, sem crer
que é o máximo que pode conseguir na vida;

10. EVITE envolver-se em ansiedades e tensões alheias. Em situações de ansiedade e
tensão, aprenda a esperar um pouco para depois retornar ao diálogo e à ação;

11. SUA FAMÍLIA NÃO é você; está junto a você; compõe seu mundo mas não é sua
própria identidade;

12. COMPREENDA que princípios e convicções inflexíveis podem ser um grande peso
que impede a mudança e a busca de novas saídas;

13. É NECESSÁRIO ter sempre alguém a quem se possa confiar e falar abertamente;

14. CONHEÇA a hora certa de sair de um jantar; levantar-se do camarote e deixar uma
reunião. Nunca perca o sentido da importância sutil de sair na hora certa;

15. NÃO QUEIRA saber se falaram mal de você, nem se atormente com esse lixo mental.
Escute o que falaram bem de você com reserva analítica, sem pensar que é o maior do
mundo;

16. COMPETIR com seu marido ou mulher em momentos de diversão, trabalho e vida é a
maneira ideal para quem quer ficar cansado ou perder a melhor parte da vida;

17. A RIGIDEZ é boa nas pedras não nos seres humanos;

18. Uma hora de IMENSO PRAZER substitui, com tranqüilidade, três horas de sono
perdido. O prazer recompensa mais que o sono. Por isso, não perca uma boa oportunidade
de divertir-se;

19. TENHA SEMPRE PRESENTE suas três grandes e preciosas amigas: a Intuição, a
Inocência e a Fé;

20. ENTENDA de uma vez por todas, definitivamente e em conclusão que 
Você É O QUE VOCÊ FAZ de VOCÊ MESMO.

Mensagem da Diretoria Executiva Nacional - ESCOTEIROS DO BRASIL

 
Os Escoteiros do Brasil estão manifestando de diferentes formas o pesar pelo falecimento do escoteiro e ex-Vice-Presidente da República, José Alencar, ocorrido na última terça-feira, vítima de um câncer contra o qual lutava desde 1997.
 
Como homenagem ao ex-Vice-Presidente convidamos todos os Grupos Escoteiros para que, em suas atividades neste final de semana, dediquem um "minuto de silêncio" em sua memória.
 
Também é importante lembrar que foi decretado luto oficial em todo o país, por sete dias, razão pela qual a Bandeira do Brasil deverá ser hasteada em funeral, de acordo com o disposto nos Artigos 17 e 18 da Lei no 5.700, em que se estabelece que a Bandeira fica a meio-mastro ou a meia-adriça, devendo, tanto no hasteamento como no arriamento, ser levada inicialmente até o tope do mastro.
 
Homenageando o ex-Vice-Presidente José Alencar, e contribuindo para uma reflexão sobre a bela pessoa que ele era e do exemplo que nos deixou, encaminhamos abaixo um texto escrito no dia de ontem pelo companheiro Rubem Süffert, atual membro do Conselho de Administração Nacional, ex-Escoteiro-Chefe e ex-diretor presidente da União dos Escoteiros do Brasil.
Sempre Alerta

Rubem Tadeu Perlingeiro
Diretor Presidente
 
O ESCOTEIRO SORRI NAS DIFICULDADES
 
Poucas vezes a sociedade brasileira teve a oportunidade de assistir a um homem público enfrentando o câncer com um sorriso nos lábios e palavras doces na boca.
 
Ele mesmo se referia ao artigo da Lei Escoteira como conhecera quando menino em Muriaé e Murici: "O escoteiro sorri nas desavenças."
 
José Alencar, ex-Vice-Presidente da República, que relembrou sua passagem pelo Movimento Escoteiro quando foi visitado por alguns dirigentes nacionais e regionais da União dos Escoteiros do Brasil no ano de 2010, destaca a importância da experiência escoteira para ele, e lamenta não ter tido mais tempo para praticar o Escotismo.
 
Enfrentando uma doença que grande número de políticos prefere esconder, demonstrava sua confiança em Deus e a certeza de que todos os que nasceram um dia terão que morrer, mais cedo ou mais tarde.
 
Estive hoje no velório realizado no Palácio do Planalto, e senti nas manifestações públicas que consegui acompanhar a influência importante que um político mais franco e sincero pode alcançar. As expressões sofridas daqueles que com dificuldades conseguiram chegar ao velório realizado sob forte esquema de segurança.
 
As homenagens pessoais que cada um levava àqueles momentos especiais. Compareci de traje escoteiro para também expressar o reconhecimento do Movimento Escoteiro àquele que vivia em sua vida empresarial e política a Lei Escoteira.
É pena que são tão poucos os políticos que nos dão essa mensagem de segurança e alegria, mesmo em momentos difíceis.  Para muitos dos inúmeros políticos presentes, essa reflexão deve ter ocorrido.
 
Como o exemplo vivido com intensidade, mesmo com as enormes dificuldades da luta diária contra o câncer, por mais de 13 anos, englobando os dois mandatos de Vice-Presidente da República é importante para o povo brasileiro.  Despachar, quando necessário do próprio hospital, mas sempre com um sorriso nos lábios.
 
Fazer sua crítica pessoal sobre os elevados juros brasileiros, com firmeza e respeito ao companheiro de chapa que assim entendeu melhor.
Será que no nosso dia a dia conseguimos com essa nitidez sorrir nas eventuais dificuldades que encontramos em nossa jornada pessoal?
Vale a pena refletir e discutir, com nossa família, nossa Seção Escoteira, nossos colegas de trabalho.
E principalmente, vale a pena agir, a exemplo de José Alencar.

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade.

A carta a seguir - tão somente adaptada por Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parque Nacionais e Reservas do IBDF-IBAMA 88-89, detentor do primeiro Prêmio Nacional de Ecologia.

Prezado Luis, quanto tempo.
Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

 Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?
 
Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.
 
Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.
 
Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?
 
Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né ..) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?
 
Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.
 
Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.
 
Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.
 
Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?
 
Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.
 
Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.
 
Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do
Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.
 
Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.
 
Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.
 
Até mais Luis.
 
Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.

(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Palestra "Limite - com Amor e Autoridade"

Nos questionamos, 
Meu filho não obedece!
Será que vou conseguir dar limite?
Você quer entender como lidar melhor 
com estas e outras questões?
Venha participar da Palestra:


“Limites – Com Amor e Autoridade”
Dia 9 de abril (sábado), às 15h.
Ingresso: 1 quilo de alimento não perecível
Palestrantes: Cristiane Moura (Psicopedagoga)
Maria Santina Pellazza Marcon (Psicóloga)


LOCAL: Grupo Escoteiro IRAPUÃ
R. Dr. Cristiano Altenfelder Silva, 210 - Vl. Carrão
Inscrições: (11) 2778-4492  ou 2851-4421
Email:cristiane.psicopedagoga@gmail.com